Um acordo judicial homologado nesta semana vai permitir a reabertura do Hospital do Coração, em Apucarana. A unidade foi construída no terreno da Associação Cultural e Esportiva de Apucarana (Acea), junto ao Lago Jaboti, e está fechada há dez anos.
O acordo firmado entre a Fundação Vilela Batista e Acea prevê a devolução do terreno e o repasse das benfeitorias construídas no local com a condição de que toda a estrutura seja, por sua vez, repassada a uma outra instituição que reabra, de forma obrigatória, o hospital.
Pelo acordo, o nome original – Hospital Torao Tokuda – será mantido, mas haverá mudanças no foco de atendimento.
Originalmente, a unidade foi projetada pelo médico Randas Vilela Batista para funcionar como Hospital do Coração, ofertando consultas e também cirurgias cardíacas. Além disso, as características arquitetônicas, que remetem ao Japão, também deverão ser mantidas.
O Hospital do Coração, como ficou conhecido em Apucarana, começou a ser construído em 2008 e contou com investimentos de US$ 5 milhões. Os recursos foram obtidos pelo médico junto à holding japonesa Tokushukai, considerada uma das maiores corporações de saúde do mundo, de propriedade do megaempresário Torao Tokuda, dono de uma rede com cerca de 160 hospitais no Japão.
A unidade foi inaugurada em fevereiro de 2012 e funcionou como ambulatório – sem a realização de cirurgias - até agosto de 2014, quando o convênio com que mantinha o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Ivaí e Região (Cisvir) foi encerrado por problemas de documentação.
O hospital, que previa 150 leitos, nunca funcionou em sua capacidade total e foi fechado em 2015 após a Vigilância Sanitária desaprovar o espaço. A unidade foi alvo de inúmeras polêmicas ao longo dos últimos anos na cidade.
O advogado Luiz Carlos Leitão explica que foi procurado pelo deputado federal Beto Preto (PSD), então ainda secretário de Estado da Saúde, há um ano para que ele buscasse intermediar um acordo, por conta da boa relação com o médico Randas Vilela Batista.
Após meses de negociações, houve o acordo. Randas aceitou devolver o terreno e as benfeitorias com a condição de que uma nova instituição terminasse o hospital. A Acea, segundo o advogado, também aprovou a ideia, já que o sonho comum era ver o hospital funcionando no local.
O presidente da Acea, Keniti Ishida, afirma que a entidade vê com bons olhos o acordo. “O local está abandonado e a situação foi resolvida na Justiça”, assinala.
Para Ishida, “foi um bom negócio para a Acea”. “O hospital agora vai funcionar e vamos discutir os pormenores com o futuro instituto”, completou.