A próxima semana pode ser de caos em trechos de rodovias que cortam a Grande Curitiba no sentido aos litorais do Paraná e Santa Catarina. Com a proximidade dos feriados de fim de ano, quando a expectativa é de que milhares de veículos se dirijam para as praias dos dois estados, neste momento a perspectiva é de ocorram filas gigantes nas BRs 277 e 376
As duas rodovias registraram deslizamentos de terra entre outubro e novembro por causa das chuvas naqueles meses, ficaram bloqueadas, e ainda estão com o tráfego prejudicado. Quem circula pelas rodovias reclama de longas esperas desde os incidentes. No trecho sentido Litoral do Paraná na BR-277, onde o ponto do deslizamento, o km 42, afunila e tem apenas uma faixa em cada sentido liberada para os veículos, a demora é enorme.
Ontem, com obras de pintura e sinalização no trecho, uma fila com mais de 14 quilômetros se formou no começo da tarde e aumentou ao longo do período. Usuários acusaram que levaram mais de quatro horas para chegar e passar por este trecho.
Nesta semana a Federação dos Transportadores de Carga do Estado do Paraná (Fetranspar) exigiu uma solução, já que a demora na rodovia representa prejuízo para o setor transportador, ainda mais que já fazem mais de 60 dias desde o deslizamento inicial. Depois, em novembro, novos deslizamentos foram registrados.
A BR-277 é uma rodovia federal sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) desde o fim do pedágio do Anel de Integração. Mas, hoje, governo do Paraná e o Dnit assim um acordo que vai permitir que o Estado assuma obras emergenciais.
Os locais exatos são no km 39 e no km 41. A medida visa restaurar o fluxo de veículos o mais rápido possível. No trecho atingido pela queda de rochas há mais de um mês, no km 42, a obra ficará com o Dnit, que realizou a contratação emergencial de contenção do talude, um investimento de R$ 1,6 milhão.
Na BR-376, o deslizamento que provocou a morte de dois caminhoneiros e destruiu diversos veículos, deixou a rodovia fechada por nove dias e ainda hoje tem om tráfego em duas faixas no sentido Santa Catarina e uma faixa no sentido Curitiba na altura do km 668.
Além disso, o tráfego tem de ser feito em baixa velocidade o que também provoca afunilamento. Nesta semana técnicos da Agência Nacional de Infraesturutra Terrestre (ANTT) percorreram o trecho em vistoria e constataram uma velocidade média de apenas 6 km/h no sentido Santa Catarina, o que fatalmente deve piorar na semana que vem.
Essas duas situações nas rodovias que levam aos litorais causa preocupação para a temporada. Num ano em que a expectativa era de retomada total depois de dois anos de pandemia do novo coronavírus, o trânsito de acesso para as praias pode ser um fator que desistimule a chegada de turistas ao Litoral.
Nesta semana, setores do turismo paranaense já alertavam sobre cancelamentos de reservas por conta dos problemas. A temporada começa oficalmente no dia 26 de dezembro nas praias do Paraná.
MPF ajuiza ação para que Dnit mantenha equipe 24 horas
O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação civil pública na quarta-feira, com pedido de tutela provisória de urgência, para garantir o monitoramento contínuo das rodovias federais do Paraná não concedidas à iniciativa privada, e a sinalização e a desobstrução das vias interditadas de forma total ou parcial.