sexta-feira, 29 de abril de 2022

Um mês após liberação das máscaras em Curitiba, números da pandemia registram piora

 


No dia 29 de março, quando celebrava seus 329 anos, Curitiba também via, após dois anos de pandemia, chegar ao fim a obrigatoriedade do uso de máscaras tanto em ambientes abertos como em ambientes fechados (com exceções para os serviços de saúde).

Um mês depois, contudo, os números do novo coronavírus registram viés de alta na cidade, mostra balanço feito pelo Bem Paraná com base nos boletins epidemiológicos divulgados pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS). O número de casos novos e ativos da doença, por exemplo, começou a subir nas últimas semanas, enquanto o de óbitos apresenta tendência de alta desde a semana passada.

Começando pelos casos ativos, a capital paranaense registrava, em 28 de março, 998 pessoas infectadas pelo novo coronavírus (e potencialmente transmitindo a doença). O número, que vinha em queda desde o começo de fevereiro, chegou a cair para 412 em 7 de abril, mas desde o último dia 11 voltou a apresentar tendência de alta, com crescimentos consecutivos. Ontem, já estava em 1.114, o maior número de casos ativos na cidade desde 27 de março e com um crescimento de 170,39% nos últimos 21 dias.

Com os casos ativos em alta, os diagnósticos, naturalmente, também estão subindo. Há um mês a média móvel de casos novos (por dia) na cidade estava em 133,29. O número chegou a cair para 110,57 no começo de abril, mas desde então acumula 24 altas consecutivas. Ontem, já estava em 290,71, o maior valor desde 18 de março e com crescimento acumulado de 162,9% na comparação com 4 de abril.

Quanto aos óbitos, a tendência de queda se manteve até recentemente. Em 28 de março a média móvel de mortes diárias por Covid-19 no município estava em 1,86 e chegou a cair para 0,14 em 19 de abril. Desde então, contudo, houve um recrudescimento da estatística, que ontem já chegou a 1,71. Ou seja, a média de ontem ainda era menor do que um mês atrás, mas já registrava alta de 1.100% nos últimos nove dias – e com tendência de continuar subindo nos próximos dias.

Ocupação de leitos
Com relação à ocupação de leitos exclusivos para Covid-19 na rede pública de saúde da capital paranaense, ontem a taxa de ocupação em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) atingiu o maior valor desde o começo de março. Dos 15 leitos de UTI SUS no município, sete estavam ocupados, com a taxa de ocupação em 47%. Há um mês, haviam cinco pacientes na cidade demandando cuidados intensivos, com taxa de ocupação em 14%.

Já nas enfermarias SUS Covid-19, seis pacientes estavam internados até ontem, com 17% dos 35 leitos disponíveis ocupados. O cenário, neste caso, é melhor do que o registrado há um mês atrás, quando 19 dos 80 leitos na cidade estavam ocupados (taxa de ocupação de 24%).

Importante ressaltar, ainda, que os dados da ocupação de leitos em Curitiba são dinâmicos, com alterações ao longo do dia. Dessa forma, o que temos aqui é apenas o retrato trazido pelos boletins divulgados pelo próprio município.

‘As pessoas baixaram a guarda’, diz médico
O superintendente do laboratório Unimed, o médico Milton Zymberg, comenta que, com a chegada das estações mais frias, o natural é que se tenha um aumento na ocorrência de doenças respiratórias, como a gripe e a própria doença pandêmica. Com relação à alta recente na procura por testes de Covid-19 e na taxa de positividade para a doença, ele destaca que as pessoas acabaram ‘baixando a guarda’ nos últimos tempos.