quarta-feira, 27 de abril de 2022

Helicóptero de R$ 5 milhões do PROS é localizado em SP após sumiço em meio a investigações

 


Um helicóptero do Partido Republicano da Ordem Social (PROS), comprado com dinheiro público por R$ 2,4 milhões em 2015 — cerca de R$ 5 milhões em valores atuais —, foi localizado em um hangar na zona norte de São Paulo, após desaperecer em meio a investigações sobre uso indevido de recursos do Fundo Partidário.

A aeronave, um Robinson R66 Turbine, assim como imóveis e outros veículos, faz parte de uma série de aquisições irregulares do partido durante a gestão de Eurípedes Júnior, segundo apurações do Ministério Público e da Polícia Federal. Afastado do cargo, Eurípedes, apontam as investigações, usava o helicóptero para fins pessoais em deslocamentos de Planaltina (GO), onde tem residência, até a sede do partido em Brasília.

Em meio à disputa judicial pelo comando da sigla, o atual presidente do PROS, Marcus Holanda, registrou no início do mês passado um boletim de ocorrência em que acusa seu antecessor pelo sumiço de bens da legenda avaliados em R$ 50 milhões, entre eles o helicóptero. A aeronave de prefixo PP-CHF foi fabricada em 2013, comporta quatro passageiros e tem operação negada para táxi aéreo, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O modelo é vendido por até R$ 10 milhões, conforme sites especializados.

A intenção do PROS é leiloar a aeronave para pagar parte de dívidas e cobranças feitas pela Justiça, além de investir nas próximas eleições. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desaprovou no início deste mês a prestação de contas do diretório nacional do PROS referentes a 2016. O colegiado determinou que o partido devolva R$ 11,25 milhões aos cofres públicos por não comprovar a compra de um avião e outros bens.

O helicóptero, encontrado em um hangar na região do aeroporto Campo de Marte com a ajuda de um ex-piloto contratado pela legenda, deve chegar nesta terça-feira a Brasília, onde passará por vistoria. Questionada, a Infraero disse que informações sobre o paradeiro da aeronave cabiam ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). A organização, subordinada ao Ministério da Defesa, não respondeu até a publicação da reportagem.