domingo, 3 de janeiro de 2016

"Nunca iremos esquecer. Fomos feridos na alma", diz professora sobre "Batalha do Centro Cívico"

O dia 29 de abril de 2015 será lembrado para sempre pelo paranaense como um dos episódios mais tristes e negativos da história do estado. Na fatídica data, centenas de professores foram ao Centro Cívico, em Curitiba, com o objetivo de protestar contra o projeto de lei que poderia alterar o sistema previdenciário dos servidores estaduais, e, durante a votação e aprovação da proposta, na Assembleia Legislativa (Alep), acabaram sendo reprimidos e agredidos por policiais. O episódio, que ficou conhecido como "Batalha do Centro Cívico", deixou mais de 200 manifestantes feridos e afundou ainda mais a popularidade do governador Beto Richa (PSDB), já questionada à época pelos paranaenses por conta da crise econômica enfrentada pelo estado. "Nunca iremos esquecer (da ação policial). Fomos feridos na alma", destacou a professora Marlei Fernandes de Carvalho, secretária de Finança da APP-Sindicato e coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais do Paraná, em entrevista ao Bonde

Theo Marques/Arquivo Folha
Theo Marques/Arquivo Folha


O modo de agir do Governo do Estado, que cercou a entrada da Alep com policiais e impediu os manifestantes de entrarem no prédio, foi considerado inadequado e truculento não só pelos servidores, mas também pelo Ministério Público (MP), que passou semanas analisando o que aconteceu no dia e apresentou uma ação civil pública contra os apontados como responsáveis pelos erros. Além de Beto Richa, são réus no processo, por improbidade administrativa, o ex-secretário estadual de Segurança Pública, deputado federal Fernando Francischini (SDD), e o ex-comandante-geral da Polícia Militar (PM) no Paraná, coronel César Vinícius Kogut. "Como o governador, sempre quando questionado sobre o caso, se exime das responsabilidades e alega que o episódio foi uma ação política orquestrada contra ele, esperamos que a Justiça analise a ação e puna todos os que autorizaram esse massacre", argumentou Marlei.