quarta-feira, 22 de maio de 2024

Ano epidemiológico 2023/2024 é o pior ano da dengue no Paraná


 












O boletim da dengue publicado semanalmente pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) confirmou 34.360 novos casos da doença e 47 mortes no Paraná. Com isso, o total do atual período epidemiológico, que teve início em julho de 2023, soma agora 324 mortes, 393.791 casos confirmados e 719.545 notificações.

Este já é de longe o pior resultado para um período analisado pela Saúde, que teve início ainda em 1991. Até então o ano mais problemático para o Paraná havia sido o de 2019/2020, que registrou ao fim do seu período 227.724 casos positivos e 177 mortes (ver tabela ao lado).

Muito se tem falado sobre os efeitos que a mudança climática pode estar afetando na proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti. Com o clima mais quente nos últimos meses todo o País vem registrando recordes de casos.

Nesta terça-feira (21), o Ministério da Saúde também divulgou o maior número de casos prováveis no País na série histórica. O Brasil já contabilizava até ontem 5.100.766 casos prováveis de dengue em 2024. O número representa mais que o triplo de casos prováveis da doença identificados ao longo de todo o ano passado, quando foram anotados 1.649.144 casos

Os casos prováveis são aqueles onde não há confirmação por exames, mas que os sintomas e severidade levam à crer se tratar da doença.

Minas Gerais ainda responde pelo maior número de casos prováveis de dengue (1.431.174). Em seguida, estão São Paulo (1.397.796), Paraná (535.433) e Santa Catarina (288.212). Já os estados com menor número de casos prováveis são Roraima (286), Sergipe (2.868), Rondônia (4.789) e Amapá (5.557).

“As constantes ondas de calor causadas pelas mudanças climáticas associadas à urbanização incompleta e à grande circulação de pessoas em determinadas áreas estão influenciando na expansão da dengue para o interior do país”.

Este parecer faz parte do estudo “Mudanças climáticas, anomalias térmicas e a recente progressão da dengue no Brasil”, publicado no portal Scientific Reports da Nature. O texto é de autoria do pesquisador Christovam Barcellos, do Observatório de Clima e Saúde, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz).