domingo, 1 de outubro de 2023

Epidemia de droga que ‘transforma’ usuários em ‘zumbis’ mata 72 mil nos EUA


 










Os Estados Unidos enfrentam uma epidemia com o aumento do consumo de opioides — drogas ou medicamentos derivados do ópio —, especialmente o fentanil, substância que tem se mostrado a mais mortal no país nos últimos anos.

Entre março de 2022 e março de 2023, foram registradas 110 mil mortes por overdose nos Estados Unidos. Dois terços delas, cerca de 72 mil, estão relacionados ao uso de fentanil, de acordo com o Centro de Controle de Doenças (CDC). Para efeito de comparação, dados preliminares divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que, em 2022, morreram 32.174 pessoas no trânsito brasileiro — que é considerado um dos mais violentos do mundo.

É o próprio CDC que classifica a situação como epidemia. Como outros opioides, o fentanil surgiu com fins médicos, como analgésico e anestésico. Como a medicação provoca dependência e sua venda é restrita, traficantes começaram a produzir o entorpecente ilegalmente. Para os criminosos, foi só vantagem: o fentanil é mais barato de ser produzido do que outras drogas e é de 50 a 100 vezes mais potente do que a morfina, outra substância opioide.

Para os usuários, o prejuízo é imenso. O fentanil é frequentemente chamado de droga zumbi, porque causa depressão respiratória — um efeito colateral do consumo elevado da substância — e deixa as pessoas em um estado de semiconsciência, como se fossem mortos-vivos. O problema se agravou nos últimos anos com a chegada da “tranq”, mistura de fentanil com a substância xilazina, que potencializa os efeitos.

Vídeos feitos na Filadélfia (veja aqui), cidade americana onde a droga começou a circular, mostram pessoas que parecem tendo convulsões e se arrastando pelo chão, como se tivessem saído de um filme de terror.

Segundo o DEA (Drug Enforcement Administration), órgão responsável pela política antidrogas dos Estados Unidos, “a xilazina está deixando o fentanil, entorpecente mais mortal que o país já enfrentou, ainda pior”, ao criar o “tranq”. “Os usuários correm riscos altíssimos de ter uma overdose”, acrescenta o órgão, em sua página oficial. Os viciados em tranq também desenvolvem necrose, que é quando a pele entra em decomposição, que pode levar à amputação de membros. Isso deixa os usuários de tranq ainda mais parecidos com zumbis.

R7