Ele foi um artista!
Mais do que cantor, mais do que intérprete, mais do que seu envolvimento com a música em todos aqueles níveis que tão bem soube explorar… O artista é mais que a técnica necessária para formar um bom profissional. Ele tem um jeito de olhar o mundo e vivenciá-lo, de transformar lugares e pessoas, de alcançar outros níveis de comunhão através do trabalho.
Cauby Peixoto foi assim. Extravagante na aparência, no canto, no dizer. Era o brilho sem medidas porque sabia que o poder de sua voz e presença o permitiam assim.
Foi um dos mais populares cantores da história da MPB. Rádio, palcos, TV, internet, ultrapassou os meios de comunicação de todas as épocas e se manteve firme num mundo que explora e prefere imediatismos. É um dos últimos representantes dessa linhagem que é mais que qualquer parafernália inventada pelo homem.
Nasceu em Niterói numa família intimamente ligada à música, ganhou o mundo, os idiomas, fã-clubes, admiradores. Caminhou pelo sucesso com talento e muito trabalho. Morreu aos 85 anos. Doze dias antes fez a última apresentação no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, assinando ali o exemplo de que o tempo só deixa no passado quem não tem as condições necessárias para ultrapassa-lo e seguir.
Cauby Peixoto tornou-se eterno.