sábado, 13 de junho de 2015

Empresários “árabes” de Londrina eram blindados pela Receita Estadual

Agentes do Gaeco na deflagração da 2ª fase da Publicano: delator diz que algumas empresas eram “intocáveis” pela Receita. | Roberto Custódio/Jornal de Londrina

A segunda fase da Operação Publicano, deflagrada na quarta-feira (10) pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), mostrou que somente em um ano R$ 38,4 milhões em propinas foram arrecadados pelos auditores da Receita Estadual do Paraná. Foi dinheiro que saiu do caixa de empresas que viravam alvo do Fisco – muitas delas achacadas pelos auditores. Mas um grupo de empresários, conhecido como “colônia árabe” de Londrina, era blindado. Além de não contribuírem para o esquema, não enfrentavam a fiscalização padrão da Receita.Os detalhes de como funcionava o esquema que supostamente privilegiava parte dos empresários constam da delação premiada do auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, que está preso. “O Márcio [de Albuquerque Lima, ex-inspetor geral de fiscalização da Receita] dizia expressamente que com essas empresas não podia mexer”, disse em depoimento. “Não mexe com os turcos. Não mexe com os primos”, teria dito Lima, segundo a delação. O ex-inspetor geral era um dos cabeças do esquema, segundo o Gaeco.