Enquanto a maioria das empreiteiras que trabalham para o governo Dilma Rousseff e especialmente as 23 investigadas pela Lava Jato não estão recebem um tostão, a Odebrecht, maior construtora do país (R$ 10,1 bilhões em 2013), já faturou R$ 2,7 bilhões só no polemico projeto de construção do estaleiro de Itaguaí e do submarino nuclear. As relações entre a Odebrecht e o ex-presidente Lula são conhecidas e muito íntimas.
A empreiteira também está enrolada no escândalo da Petrobras e foi escolhida para tocar as obras sem licitação. É uma parceria entre Brasil e França, estimada em R$ 20 bilhões e os R$ 2,7 bilhões superam o orçamento anual da Presidência e equivalem a quatro vezes mais o orçamento do Supremo. A dinheirama passa pela Direction des Constructions Navales da França e desembarca na Comissão Naval que paga a empreiteira.
Agora, inspirada em depoimentos de executivos de empreiteiras presos da Lava Jato, o Ministério Público Federal, apoiado na Lei de Acesso à Informação, quer pedir ao ministro Jaques Wagner, da Defesa, detalhamento das etapas da obra e planilha de pagamentos à Odebrecht em Itaguaí. O submarino nuclear poderá ficar pronto só em 2025. A Odebrecht é considerada a favorita de Lula. Usa seus jatinhos para palestras pela América Latina. Marcelo Odebrecht, que comanda a empresa, já esteve duas vezes com o ex-presidente. Teme que, a exemplo de outros presidentes de construtoras, seja preso.