Faz parte da retórica polarizada que tomou conta do debate político brasileiro contrapor a vontade das elites à das classes populares em relação ao governo. Segundo essa lógica, só os ricos seriam a favor do impeachment, e os pobres, contra. Na prática, porém, não é assim que funciona. As pesquisas feitas pelo Datafolha nas manifestações pró e anti-governo mostram que até havia diferenças entre os dois grupos. Entre os pró-impeachment, 37% ganhavam mais do que 10 salários mínimos; entre os apoiadores de Dilma, 24% tinham a mesma renda.