quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Assassinato de vereador alagoano completa sete anos e família cobra justiça



Familiares da vítima de um dos mais covardes crimes de pistolagem política cometidos no Estado de Alagoas divulgaram nesta segunda-feira (3) um apelo público à Justiça e à memória da sociedade alagoana contra os sete anos de impunidade, que resiste desde que o vereador Luiz Ferreira de Souza (PPS) foi trucidado com 13 tiros por cumprir seu dever cívico e de ofício de investigar as contas da Prefeitura de Anadia (AL).
A iniciativa evidencia o vilipêndio do legado do vereador que ousou defender a justiça e o combate à corrupção no Estado de Alagoas, que hoje vira as costas ao exemplo de cidadania do vereador e médico Luiz Ferreira, na sua missão de curar as dores do povo pobre alagoano.
Na carta aberta, a família de Luiz Ferreira fala sobre a dor de ver os covardes responsáveis pelo crime continuarem “lesando qualquer valor de honra e decência, fazendo-se passar por pessoas honestas”. E o texto ressalta que o esclarecimento, o julgamento e a condenação dos criminosos são deveres do Estado. 
Sem citar nomes, a família de Luiz Ferreira lembrou que ex-prefeita petista Sânia Tereza Palmeira Teixeira segue em prisão domiciliar, aguardando julgamento, apesar de ter sido denunciada pelo Ministério Público de Alagoas (MP/AL) como mandante, menos de dois meses depois do crime cometido por pistoleiros a preço tabelado: R$ 5 mil. Outros dois denunciados por executar o crime também aguardam julgamento. E há três integrantes da quadrilha condenados.
Minutos antes de ser assassinado, o vereador Luiz Ferreira havia acabado de conceder uma entrevista em uma rádio de Maribondo (AL), onde  anunciou sua pré-candidatura a prefeito de Anadia. Ele decidiu disputar o mandato contra a reeleição de sua ex-aliada, depois apoiar a abertura de um processo de cassação de Sânia Tereza, motivado por suspeitas de ilegalidades em gastos de pelo menos R$ 7,5 milhões, investigados pelo MP.
“A prefeita e mais dois estão aguardando julgamento e aproveitando do dinheiro público com que desonestamente construiu o próprio patrimônio. Dinheiro esse que poderia estar sendo investido em educação, saúde, segurança pública, mas que está investido em patrimônio pessoal, em altos salários de advogados para a defenderem. Essas mesmas pessoas covardes continuam lesando qualquer valor de honra e decência, fazendo-se passar por pessoas honestas. Continuam a enganar as pessoas como se fossem perseguidos políticos”, diz um trecho da carta aberta. 
Em fevereiro do ano passado, três réus foram condenados por homicídio qualificado e associação criminosa: o ex-marido da ex-prefeita, Alessander Leal, acusado de comandar e coordenar o crime, cumpre pena de 32 anos, sete meses e 15 dias. Tiago Campos, que dirigia o carro que interceptou o veículo da vítima, foi condenado a 30 anos, dez meses e 20 dias. Já o réu Everton de Almeida, acusado de estar no interior do veículo dando apoio à ação, foi apenado em 32 anos, três meses e 15 dias.